13 de dezembro de 2006

STRAßENHÄNDLER *

Toda manhã, em Santana, passo em frente a um velhinho vendedor de doces e ele está sempre lendo livros em alemão. Edições baratas , de sebo. Pelas capas, dá pra sacar que são livros de espionagem. Capas com alvos, revolveres e bond-girls. Títulos impronunciáveis.

Encafifei com o velho. Um tipo humilde, sem pretensões, lá, com as sua barraquinha de camelô. Como é que sabe ler em alemão? Seria ele um refugiado da segunda guerra? Um general nazista travestido de inocente vendedor de guloseimas?

Não agüentei e fui lá. Parei na frente da Barraquinha e perguntei:

- Quanto é o Halls?

Ele me olhou firmemente por alguns segundos e respondeu.

- Noventa centavos!

* Camelô

2 comentários:

Rynaldo Papoy disse...

Puta que pariu, que conto genial!!!

Anônimo disse...

Genial, genial!!

ASSALTO DESLEIXADO (Breja de Paulista)

  - Fui assaltado ontem... - Sério? Você tá bem? - Tô bem. Levaram só o celular. - Que sacanagem, cara. - Normal, hoje em dia, roubo...