tag:blogger.com,1999:blog-66099619483308628702024-03-26T16:40:18.471-03:00Valdir MedoriValdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.comBlogger268125tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-59661930927893408852022-06-27T08:47:00.002-03:002022-06-27T08:47:56.887-03:00ASSALTO DESLEIXADO (Breja de Paulista)<p> </p><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSTvRgac0j2QrhEflHHNWyqfruVRFNO1yNOFxuAjdp1f8r8B2LHEhVNQF5R5anVF2Z64zeX7xDZ97Qhtgi20Q8mVxoG5SYWo23ibYtFfFRLaYbJ4n4GjSesWP5_xNF-I8wzoJm1SF-QBxWRlQyygFaO0Ku2nVXZz_n88Gp5Lg99gAxI4X92BgAKzNj/s1080/bp.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="1080" height="133" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSTvRgac0j2QrhEflHHNWyqfruVRFNO1yNOFxuAjdp1f8r8B2LHEhVNQF5R5anVF2Z64zeX7xDZ97Qhtgi20Q8mVxoG5SYWo23ibYtFfFRLaYbJ4n4GjSesWP5_xNF-I8wzoJm1SF-QBxWRlQyygFaO0Ku2nVXZz_n88Gp5Lg99gAxI4X92BgAKzNj/w200-h133/bp.jpg" width="200" /></a></div>- Fui assaltado ontem...<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Sério? Você tá bem?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Tô bem. Levaram só o celular.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Que sacanagem, cara.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Normal, hoje em dia, roubo de
celular e covid, quem não passou, vai passar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, não tem carro blindado nem vacina
que dê jeito.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não tem...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Mas, eu vou te falar. Esse
lance de roubar celular não deve dar dinheiro.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Por quê?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- O cara que me assaltou era
pobre.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Como pobre?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, pobre. Malvestido... O cara
veio com uma motinho zoada, com um trambolhão daqueles de Ifood nas costas todo
ralado, um sapatênis de liquidação e uma camiseta do Torino... Não sei se é
Torino... Como chama o time que o Neymar joga?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não faço a mínima ideia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, então, mas você sabe qual
é? Acho que a avó do bandido deu pra ele, deve ter comprado no camelô. Sabe?
Ridículo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Pô, você ficou analisando o look
do ladrão?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Era gritante!!! O cara todo desleixado...
Se eu fosse ladrão, só ia andar na moda.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Larápio fashion. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Exatamente isso. Ia usar só
roupa de marca, tudo roubado. Sapato pá, camisa pans... Relojão...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Ia fazer sucesso.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Tô falando, esses caras não
sabem empreender. Vestido elegantemente, você consegue roubar na educação, sem
gritaria, susto, na maciota.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- De onde você tirou isso?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não sei. É uma teoria, estou
elaborando nesse momento. De repente...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, realmente, o mundo seria
muito melhor se ao invés de “perdeu, playboy” os caras chegassem com “Desculpe
incomodar, mas, por favor, pode me passar o celular?”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É isso: etiqueta. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Esse é o lance.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Podes crer...<o:p></o:p></p><br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-89046574554880894522022-06-22T09:00:00.001-03:002022-06-22T09:00:33.426-03:00O INV(F)ERNO CHEGOU!<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ7CDYUksujXE7MqKSYT29fIqUmLlwqeLWrG5i7LU2ouTNBEINCtjncVHmAIQPkEGAqq2seSKkQ3SCsHqw9ZOZCyLTPK8jQ75duJl9F51M--LmA5Ls3zRRnQYFDH8pnOHiL6_qAb4X8JYVWNHWiXdsygxeDADEz8PEXbm2iQGD_Kr79ruGh2b1HT-0/s284/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="177" data-original-width="284" height="177" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhJ7CDYUksujXE7MqKSYT29fIqUmLlwqeLWrG5i7LU2ouTNBEINCtjncVHmAIQPkEGAqq2seSKkQ3SCsHqw9ZOZCyLTPK8jQ75duJl9F51M--LmA5Ls3zRRnQYFDH8pnOHiL6_qAb4X8JYVWNHWiXdsygxeDADEz8PEXbm2iQGD_Kr79ruGh2b1HT-0/s1600/images.jpg" width="284" /></a></div><br /><span style="text-align: justify;">Essa semana
estava conversando com um vizinho, um senhor que até então era um doce de
pessoa, e quando entramos no papo “que frio!” ele respondeu: “Não tenho
problemas com frio nem com o calor. Meu segredo é aceitar o tempo do jeito que Deus
manda. É a natureza...” passei a odiar aquele velhote no mesmo instante. Se a
humanidade começar a ser complacente com o clima, acabou as conversas de
elevador e daí, parceiro, para o fim da humanidade é um pulo.</span><p></p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p>O que nos une
é a insatisfação diária com o termômetro. Eu, por exemplo, reclamo do frio
porque tá frio, do calor porque tá quente e do tempo ameno pela falta de
personalidade climática. Dias felizes de primavera para mim não tem a menor
graça.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p>Da cacharrel
à camiseta regata, tudo de duvidoso que foi criado no ramo de vestuário vem do
nosso total incomodo com a temperatura. É como se o nosso organismo não fosse
adaptado ao clima da terra em nenhuma das situações e isso justifica qualquer
falta de senso com a moda.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p>Agora, me
solidarizo com o inverno em relação ao preconceito que ele sofre dos
meteorologistas, principalmente os da Globo. Essa é uma época de dias cinzas,
que são constantemente atacados por esses canalhas como “feios”. Nos
telejornais o diálogo é comum: “Hoje o dia permanece feio em todo o estado.”,
“E quando vai melhorar?”, pergunta o suposto âncora endossando a falta de
beleza do céu, “No fim de semana, o sol vai abrir um pouquinho, só aqui na
capital paulista”. Lê-se aí, pelos jurados do “Miss Dia”, que o domingo será,
tipo, um feio bonitinho. Acho um preconceito descabido com os dias nublados.
Segundo Pollyana, “todos os dias são lindos...”. Concordo e acrescento
“...embora as temperaturas sempre são desagradáveis”.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p>Fato é que,
gostando ou não, o inverno chegou acompanhado de seus dias bipolares: calor
seco e desconfortável ao longo do dia e friaca na madrugada. Se tá ruim para
você, para outros pode estar ainda pior, então – é sempre bom lembrar – doe um
agasalho.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-28564330273935954152022-06-18T11:44:00.002-03:002022-06-18T11:44:26.360-03:00 QUEM PERGUNTOU?<p><br /></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-2DJjHeZcbLJr3VUbrJArptYQtDVolJS1AGk0qDoFhTGPy0rvUBvVIBk22mfFbQsm1cBoki82BrR5DrA5Up1sRDAemu4C3mL5yCxTeZ7305ljKmdEOHBzBUcNYi61RedXQuQ4uZB6oRgXtDWCRlwNbkKY_YmTyiU9ImYUoaQnalc4AcON90YK31sU/s268/download.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="188" data-original-width="268" height="188" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-2DJjHeZcbLJr3VUbrJArptYQtDVolJS1AGk0qDoFhTGPy0rvUBvVIBk22mfFbQsm1cBoki82BrR5DrA5Up1sRDAemu4C3mL5yCxTeZ7305ljKmdEOHBzBUcNYi61RedXQuQ4uZB6oRgXtDWCRlwNbkKY_YmTyiU9ImYUoaQnalc4AcON90YK31sU/s1600/download.jpg" width="268" /></a></div><br />Outro dia,
reparei que tenho dificuldade em responder perguntas, qualquer tipo de questão,
principalmente quando está fora do script da vida – e aqui dou como exemplo de
estar no script a dúvida: “Débito ou crédito?”. A gente já está preparado, e dá
tempo de ensaiar a resposta na fila da padoca, “Crédito”, “É de aproximação” e
“Não precisa da minha via”.<p></p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Voltando à
dificuldade em responder, quando a pergunta é feita à queima-roupa,
invariavelmente começo a resposta com “sim, não, éééééé... então...”. Tá bem,
todos sabemos que esse é o exato momento em que o cérebro está decidindo se
responde a verdade ou inventa alguma coisa e, dependendo do tamanho do éééééé,
estamos definindo qual seria a desculpa. Perguntas desagradáveis como “O que
você vai fazer sábado à noite?” pedem um éééééé muito grande, já que a resposta
“Qualquer coisa que não envolva sua companhia” não é muito aceitável.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p>Até aí, tudo
bem, o grande lance – e é esse o motivo de estar escrevendo este texto – é que
descobri talvez um outro motivo para patinarmos tanto nas respostas, e isso tem
a ver com problemas na infância. Explico: de menino ao começo da fase adulta,
todas as perguntas que nos são feitas, são feitas por pessoas que já sabem a
resposta e querem somente que você acerte o que elas querem ouvir, ou seja,
você não precisa apenas responder, precisa saber a resposta certa. Professores,
pais, polícia... De “Quem descobriu o Brasil” a “Esse baseado é seu?”, a gente pressupõe
que a resposta deva ser “Cabral” e “Não, já estava no chão quando encostei
nesse poste”, mas isso tudo gera uma tensão que levamos para a vida. Qualquer
pergunta vem com a dúvida “O que será que essa pessoa quer que eu responda?”.</p><p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Por isso tudo,
entendo por que esse pessoal que está entre 30 e 40 anos (não lembro o nome da
geração) são muito arredios a qualquer tipo de pergunta. Eles não têm paciência
para interações sociais que gerem tensão, e começar tudo com “Sim, não... éééééé”
não é a deles. É preferível fazer uma cara de aborrecido, responder com “Hunf!”
e olhar com olhos de “Não sou obrigado a responder”. Acho totalmente
compreensível. Se eu tivesse nascido na década de 1980, hoje estaria
caprichando na viradinha de olho: “Hunf, sei lá”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Bom, era isso.
Se tiver alguma dúvida sobre o tema, é só me chamar que esclareço. Já posso até
adiantar o começo da resposta: “Sim, não... ééééééé... então...”.<o:p></o:p></p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-24834778642419122892022-06-14T09:44:00.000-03:002022-06-14T09:44:02.178-03:00SANTO ANTÔNIO DO TINDER<p> </p><p align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg70EC6NxfdWjXj0llioCNlMQrGi_m0yu31jpyYCcjCiNukXBR96FYSPx7qtNWE1XK12wdaasUXqgbrRc896aFwv4lCYnqCmnaWOaCu5vQda5uZP61DuiKlVc5tJ4dAu6rLx9jUecjln_g3hAd2IlvhMfhQRiPsLJgQ_MGdbhxX8ct9_pmD8SuSdI8I/s448/santo-antonio-capinha.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="448" data-original-width="448" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg70EC6NxfdWjXj0llioCNlMQrGi_m0yu31jpyYCcjCiNukXBR96FYSPx7qtNWE1XK12wdaasUXqgbrRc896aFwv4lCYnqCmnaWOaCu5vQda5uZP61DuiKlVc5tJ4dAu6rLx9jUecjln_g3hAd2IlvhMfhQRiPsLJgQ_MGdbhxX8ct9_pmD8SuSdI8I/w200-h200/santo-antonio-capinha.jpg" width="200" /></a></div>Hoje é dia de
Santo Antônio, o casamenteiro. Não sei (e também não dei google pra saber) por que
ele ganhou esse título, só sei que, se santo fosse, não ia querer cuidar desse
BO. Em tempo de amores líquidos de Zygmunt Bauman, o serviço deve ter
triplicado. Só o trabalho que Fábio Júnior e Gretchen deram ao santo já valeria
bonificações extras e participação diferenciada nos lucros divinos. <o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Na verdade, ajudar
os outros a casar me parece uma tarefa meio besta para um ser que tem o poder
de interceder junto ao Pai (já diria Inri, The Crist). Acho que o santo tinha
que agregar alguns diferenciais nas suas funções, tipo “arranjo casamentos,
consigo descontos em Buffets afiliados e indico serviço de fotografia e
filmagem a preços populares.”. Junta-se assim, o divino com o empreendedorismo.
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Estava vendo no
jornal, hoje pela manhã, que na Igreja de Santo Antônio, é dia de festa com
barraquinhas e entre as iguarias (aquelas coisas de quermesse) tem o
tradicional “bolo de Santo Antônio” que, pelo que entendi, vem com medalhinhas
dentro. Se você comer um pedaço e achar a dita cuja provavelmente esse será o
seu ano de sorte no amor. Não sei se isso dá certo, mas me preocupei muito
vendo a cena, pela TV, das idosas se fartando de bolo despreocupadamente. Me
deu um frio na barriga tipo “Já pensou se uma tia dessas engasga e morre em
rede nacional?”. Tenho esse lance de ficar aflito com matérias ao vivo. Peguei
esse trauma depois de testemunhar aquela pobre nutricionista atrapalhada com o
retorno do áudio repetindo “sanduiche-iche-iche”. Virou meme, coitada. (Se não
lembra, dá um google)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Mas, voltando ao
santo casamenteiro, se não me falha a matemática, daqui a 5 anos a data vai
cair numa sexta-feira 13, o que me deu a ideia de fazer um filme crossover
entre Antônio e Jason. Uma trama simples, O santo juntaria os casais e o
personagem do mal separaria os pombinhos com o seu facão. Sucesso de bilheteria
garantido.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">Cabe o alerta de
que Santo Antônio dá, mas não escolhe, então se você está prestes a colocar a
estátua do pobre de cabeça para baixo, que tal considerar o Tinder como opção?<o:p></o:p></p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-33748222441002671652022-06-09T12:36:00.002-03:002022-06-09T12:36:48.039-03:00<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNwjFxrFcsBf0HzUclWMQd28fULC5wnwyU5eJiBCK-FzUAVET_NmXR5YmfaKchNMSIzveGPVa5u5EoFBijarKOmsNOqsl0_duW7ZPU-ZYKiZuw_yU4udj3e6XH9_QwNEEovRVq_7hH9qgeYKTR2Rc3Q1-5K-4nNCDl48bPlrYbawORl8sS1k4V2Sc4/s500/286896880_10225474734809092_5031475932206577701_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="346" data-original-width="500" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNwjFxrFcsBf0HzUclWMQd28fULC5wnwyU5eJiBCK-FzUAVET_NmXR5YmfaKchNMSIzveGPVa5u5EoFBijarKOmsNOqsl0_duW7ZPU-ZYKiZuw_yU4udj3e6XH9_QwNEEovRVq_7hH9qgeYKTR2Rc3Q1-5K-4nNCDl48bPlrYbawORl8sS1k4V2Sc4/s320/286896880_10225474734809092_5031475932206577701_n.jpg" width="320" /></a></div><br /> <p></p><p style="text-align: center;"><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">COCÔ NA LUA</span></p><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">A Nasa conseguiu juntar duas coisas que alimentam a nossa criança de quinta série interior: viagem a lua e piada de cocô. Explico: depois de mais de 50 anos, o homem voltará a pisar na lua e, uma de suas missões é resgatar os dejetos deixados pelos primeiros visitantes. É exatamente isso, os primeiros americanos a pisarem na antes imaculada lua deram uma bela cagada em solo lunar, tendo o planeta Terra como testemunha. O pior é que deixaram tudo lá, pegaram a nave e se mandaram.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">A fofoca de bastidores é que quando começou a vaporizar a ideia de uma nova missão à lua, Buzz Aldrin foi contra e tentou chochar a equipe com argumentos do tipo “Fazer o que lá? Eu já fui, não tem nada, só buraco e poeira... Um tédio só. E outra, a Terra é feia pacas, não vale nem pela vista.”</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Percebendo a empolgação inabalável dos envolvidos, resolveu confessar: “Olha, se vocês encontraram alguma coisa por lá... Pode ser que eu tenha esquecido de puxar a descarga.” Questionado e pressionado a contar a história direito não só assumiu como caguetou os colegas: “Bom, a gente chegou lá e ficou meio nervoso, deu uma dor de barriga geral e acabamos nos aliviando numa daquelas crateras. A gente chegou até a embrulhar o resultado num saquinho de supermercado Extra e a ideia era trazer de volta, numa boa, mas na correria acabamos esquecendo tudo lá.” E ressaltou mais uma vez “Tá sussa de pegar, deixamos tudo embrulhadinho”. Assim, entrou mais esse item na lista de tarefas: “recolher o cocô da tripulação anterior”.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Esse é o melhor exemplo de “cabe às gerações futuras resolver as cagadas do passado.”</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Para dar um ar de importância à tarefa, a Nasa informou que vai analisar os dejetos para saber o que houve com os fungos e bactérias presentes na hora do expurgo. Fiquei eu pensando (com a minha imaginação de nerd) que os inofensivos cocôs astronautas podem ter dado origem a uma nova civilização que daqui a alguns milhares de anos terá seres complexos, capazes de tomar cerveja em copos Stanley e se exercitarem em arenas de beach tennis... Pobre Lua.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Exageros e invenções à parte, a história é real. Parece que daqui dois anos teremos uma nova missão à lua e uma das tarefas é, realmente, recolher os dejetos deixados pela tripulação da Missão Apollo. Se tiver curiosidade dê um google aí: missão cocô lua.</span>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-20752522182958688862022-05-31T13:04:00.002-03:002022-05-31T13:04:35.846-03:00DISCO DE NEWTON<br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8kcbHjCK8HIOt3ibav6SI9g5Pi-qdKQ3lBgpq7mN4KunLvO9XdoowZPmM1Ur_vrsPB1Airf2n146ROjV9Lj1ZtLYHooeo_xnw8u0cA578SuNjRuYLjlPK2GIe0RNs4VDyNyYPBOlnOY1aOxspTlvGEVj6h5XDoKrauXiyG7NciIJUo44OBaHgK0PL/s1080/dn.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8kcbHjCK8HIOt3ibav6SI9g5Pi-qdKQ3lBgpq7mN4KunLvO9XdoowZPmM1Ur_vrsPB1Airf2n146ROjV9Lj1ZtLYHooeo_xnw8u0cA578SuNjRuYLjlPK2GIe0RNs4VDyNyYPBOlnOY1aOxspTlvGEVj6h5XDoKrauXiyG7NciIJUo44OBaHgK0PL/w200-h200/dn.jpg" width="200" /></a></div>Quando eu era meio pré-adolescente, meu pai comprou uma furadeira de última geração que, além de obviamente furar, também funcionava como lixadeira. Era o momento certo para eu ingressar no universo macho alpha/Ursulão e aprender a lidar com esse tipo de ferramenta. Não aconteceu. A única coisa que lembro ter feito com esse aparelho foi um disco de Newton, para provar a mim e à minha mãe entediada que sim, a soma de todas as cores da branco (até hoje não entendo como Newton chegou nessa pira).</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Fato é que pagamos pelos erros do passado e, hoje, com quase cinco décadas de existência, sou uma negação no quesito furar paredes. Uma porque não tenho habilidade e outra por ter as mãos trêmulas. Qualquer furinho de 5 mm vira um rombo de 50. Malandro que sou, sempre uso broquinha para lidar com buracão (essa frase soou estranha, eu sei).</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Recentemente, resolvemos colocar uma rede no meio da sala. Falei pra minha namorada: “deixa comigo!”, afinal de contas, colocar dois ganchos na parece não deve ser uma tarefa muito complexa. O saldo dessa empreitada foi uma parede similar a um queijo suíço e pó fino por absolutamente todo o apartamento. Todo! Diante de uma Carla </span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">estupefata, coube a mim botar toda a culpa na parede: “ela parece de adamantium revestida com manteiga. No começo, esfarela a parede toda, e dentro não há broca que penetre”. Pela sobrancelha esquerda arqueada e o clássico “ã-hã”, acho que a desculpa não colou.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Cabe a mim agora o vexame de assumir minha total inabilidade em reparos domésticos. Nem todos os tutoriais de YouTube resolvem (se bem que tem uns bons ensinando a fazer disco de Newton). Quanto à rede, até agora ninguém teve coragem de se deitar nela. Alguém se habilita? </span> </p><br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-86390335622606340932022-05-05T16:13:00.000-03:002022-05-05T16:13:04.617-03:00Deslacração<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhokKxufoDd5q0MfAqwot82WGRUuo5SLwxrU7RQvswAc2itdFLLia9bHq80QQbWpSzKBQimcmiwwTb2Uzq44v96IQuL8rjc7u9dhgl6b7H5RpRjX4lNxRDw8lPSmauFD6YQHAbrqerVG9mLEPJuw9ZjWulmlundaQrjywovVVEiW1nkBnQAuyOHWkGa/s1080/gatorade.jpeg" imageanchor="1" style="background-color: white; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center; white-space: pre-wrap;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhokKxufoDd5q0MfAqwot82WGRUuo5SLwxrU7RQvswAc2itdFLLia9bHq80QQbWpSzKBQimcmiwwTb2Uzq44v96IQuL8rjc7u9dhgl6b7H5RpRjX4lNxRDw8lPSmauFD6YQHAbrqerVG9mLEPJuw9ZjWulmlundaQrjywovVVEiW1nkBnQAuyOHWkGa/s320/gatorade.jpeg" width="320" /></a></div><p> </p><p><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: inherit; font-size: 15px; white-space: pre-wrap;">Quantos palavrões você fala quando abre uma garrafa de Gatorade? Normalmente eu falo cinco: um para tirar o plastiquinho, um para destravar a tampa e três para descolar o lacre (dependendo da cola, vai uns 10 só nesse processo).</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><p></p><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">A minha dúvida é: por que o Gatorade tem tanta proteção? Tenho a impressão de que, se uma bactéria ‘X’ cair lá dentro, corre-se o risco da humanidade toda ir para o saco em semanas. Imagino as manchetes que precederiam o juízo final: “Supergermes vitaminados por isotônicos ameaçam o planeta”, “Surto de Gatobactéria causa corrida aos supermercados”, “Mortes por Gatobactéria passa de 1 bilhão no mundo”, “presidente B*staNato anuncia que Gatobactéria é só uma caganeirinha”, “Brasil em festa: B*staNato morre em decorrência da Gatobactéria”. </div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Mas, saindo do sonho e voltando aos problemas cotidianos, é bom admitir que não evoluímos muito no quesito “tampa de coisas”. A de lata de sardinha, aquela que vem com um anel para você puxar, é um fiasco - quando não quebra no meio do processo, no final da abertura ela dá um tranco que joga óleo para todo lado. Já perdi dezenas de camisetas e alguns pijamas nessa distração. Aquela embalagem de frios que a gente abre pela orelhinha e depois fecha de novo é a invenção do capeta, quase impossível de abrir e, uma vez feito, não fecha mais - Não cumpre a promessa. A lata de palmito (que já foi símbolo da força masculina) também requer habilidade e conhecimento básico de física para ser aberto. “Ah, o truque é enfiar uma faca no cantinho e deixar sair o ar”. Já ensinava a vovó... Mas, se não tiver faca, esquece.</div></div><div class="cxmmr5t8 oygrvhab hcukyx3x c1et5uql o9v6fnle ii04i59q" style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px; margin: 0.5em 0px 0px; overflow-wrap: break-word; white-space: pre-wrap;"><div dir="auto" style="font-family: inherit;">Fato é que, está todo mundo preocupado em lacrar, mas deslacrar que é o grande problema. Fica a dica para indústria da vedação.<br /></div></div>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-80237101372089287242022-03-03T11:12:00.004-03:002022-03-03T11:12:29.408-03:00<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJos8CQeyP190RyAT3QmmptuqyxX9aSbcz5RkE0niwM3LWO8pgn0SRE2xGVH7rvS_SQibIRk4dbzCy70LXNX8lkp7grwm56oN4dL1TJLeI_bLoer7vx5fmrN07--Y4xKVgEAkE06SEAI16Awa3CJc9RsD1Y-0ph7jnVmMxBJn0EHxUGLY0GVv03WFX=s1080" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgJos8CQeyP190RyAT3QmmptuqyxX9aSbcz5RkE0niwM3LWO8pgn0SRE2xGVH7rvS_SQibIRk4dbzCy70LXNX8lkp7grwm56oN4dL1TJLeI_bLoer7vx5fmrN07--Y4xKVgEAkE06SEAI16Awa3CJc9RsD1Y-0ph7jnVmMxBJn0EHxUGLY0GVv03WFX=s320" width="320" /></a></div><p><br /></p> <span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Trabalho com uma tia que, por desgraça, é bolsonarista</span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">. O combo completo: Deux no coração, medo de comunixstas, panfleteira de fake News e dona de um preocupante descontrole emocional - vai do riso ao choro / do choro ao riso em microssegundos.</span><p></p><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Destemperada, é do tipo que ao mesmo tempo fuma e xinga pelo telefone. Sim, ela ainda fala nesses aparelhos fixos aos gritas, praguejando e gesticulando teatralmente com o rosto vermelho de raiva. Conselho: não queira ser um atendente da Vivo numa ligação dela.</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Recentemente, numa dessas oscilações de humor ela confessou ter feito uma promessa: disse que não brigaria nem xingaria ninguém em troca do santo retribuir nas urnas com a vitória do tinhoso J.Bozo</span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">. (cruz em credo!).</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Preocupado, perguntei a qual santo ela se apegou pra essa combinação descabida. Se fosse Santa Edwiges (aquela da corrente de oração) eu me preocuparia, porque a considero meio do mau-caráter com todas aquelas punições para quem quebra a corrente. Judas e Expedito também não seria uma boa, sendo eles famosos por resolverem causas impossíveis. Já, se ela recorreu a São Budião, Venceslau ou outro santo com nome de botequeiro, seria mais tranquilo. A providência divina não dá muita moral pra santo de baixo clero (espero!).</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Qual não foi minha surpresa ao descobrir que a dita senhora tinha feito promessa ao próprio Boçalnato</span><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;"> que considera não um santo, mas o próprio Messias. Confessou que em sua sala de estar ostenta um retrato autografado do (vo)Mito em um altar com tudo o que tem direito: velas, flores, água benta, a bandeira brasileira e um mini tanque de guerra (pra espantar os comunas).</span><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><br style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;" /><span style="background-color: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif; font-size: 15px;">Diante do sanatório geral em que estamos imersos, só me resta a ânsia: “falta muito para primeiro de janeiro de 2023?”</span>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-56727963247331076062022-02-18T16:36:00.001-03:002022-02-18T16:36:09.656-03:00ORELHAS DE PEDAL <p>Meus óculos estavam bem tortos. Não sei se é indelicada a
comparação, mas se fossem do Cerveró (lembram dele?), estariam perfeitos.
Resolvi, então, contar com a bondade de uma ótica pra tentar desentortar o dito
cujo. Não rolou.</p><p class="MsoNormal"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Depois de passar horas me apresentando armações mais
modernas e em harmonia com minha cara de tacho, finalmente ele mudou a
estratégia e me convenceu de que os meus óculos estavam em perfeitas condições
e o problema estaria nas minhas orelhas. “Uma é muito mais acima do que a outra.
Pode reparar, a da esquerda está perto do queixo e a da direita quase no topo
da cabeça” afirmou com as duas mãos paralelas na frente do meu rosto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Impressionante o exagero do optometrista. Segundo sua análise,
para as palavras entrarem por um ouvido e saírem pelo outro precisariam pegar
um elevador no meu nariz. Como última investida, ele me apresentou duas
soluções: lentes de contato ou um pince-nez, que, segundo ele, está voltando à
moda, principalmente para pessoas da minha idade. Fiquei de pensar na proposta
e, antes que ele fizesse outra observação precisa e relevante sobre a minha
pessoa, dei um moonwalk porta afora. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Conclusão, naquele dia, voltei pra casa com os óculos
tortos, um complexo e uma solução: virar modelo vivo dos quadros de Picasso.<o:p></o:p></p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-41393820167153920742021-07-03T14:30:00.003-03:002021-07-03T14:30:09.370-03:00<p>O ALHO, CARA, O ALHO!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMZlj5yDO1QOL4xjuA9ZkqJFhn3z6u_VCLkBe800hOrmAVr5QcoXQYWjoZAHM_HwjY_-pbRy-mZTsrev1avm_MO3CAtGRQeR0btZltad_X5kYBpucmwya4xK1ierUOjpecOv-F_4cQHLw/s1080/o+alho%252C+cara%252C+o+alho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMZlj5yDO1QOL4xjuA9ZkqJFhn3z6u_VCLkBe800hOrmAVr5QcoXQYWjoZAHM_HwjY_-pbRy-mZTsrev1avm_MO3CAtGRQeR0btZltad_X5kYBpucmwya4xK1ierUOjpecOv-F_4cQHLw/s320/o+alho%252C+cara%252C+o+alho.jpg" /></a></div><br /><p> Bolsominions, terraplanistas e afins, trago uma notícia meio chata: o microchip comunista que monitora os horários que você faz cocô, provavelmente, já deve estar dentro do seu corpo. E onde estava isso se você não tomou a “vachina”? No alho, cara, no alho! Acredita?</p><p>Pois é, acabo de ler uma notícia no Viva Bem, do @uoloficial , dizendo que boa parte do alho vendido em Terra Brasilis é Made in China! A matéria ensina a diferenciar o produto nacional do importado. Pelo que entendi, o alho brasileiro é mais roxo, no entanto, eles alertam que o outro também pode ter coloração parecida (só pra enganar), ou seja, é certo que o alho alheio já quicou no seu prato.</p><p>É, patriota, o mal não descansa. Um trabalhão pra se tornar um verdadeiro sommelier de vacina e os comunas pegam você pela gula. Picanha ao alho, molho pesto, qualquer refogadinho pode ter sido fatal para a privacidade das suas tripas. A esta altura, meu amigo, suas entranhas já estão em boca de Matildes no país mais populoso do mundo.</p><p>Salvação sempre há. Logo, algum pastor abençoado aparecerá com um óleo ungido ou feijão mágico (disponível a preços módicos) capaz de bloquear o sinal desse miserável chip do capeta. Tenha fé e cuidado com o alho!</p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-1179663534986710162021-06-18T16:54:00.005-03:002021-06-18T16:54:46.302-03:00<p> </p><p align="right" class="MsoNormal" style="text-align: right;">Papo de boteco<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjncs32gKvBgEYAuEQtISHS1rO5Q4ujyt9aZllHq39TAAJjWSC4-Ef1yXTn8GfUy0liDzefsnubFTYkdq2f7cuiEhBPHNRtNC3qH1lr7SnQpbJbDmXqg8bRixnfKvhMZ6DY7uIt3EVenpE/s732/peixe-em-copo_55883-5875.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="732" data-original-width="626" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjncs32gKvBgEYAuEQtISHS1rO5Q4ujyt9aZllHq39TAAJjWSC4-Ef1yXTn8GfUy0liDzefsnubFTYkdq2f7cuiEhBPHNRtNC3qH1lr7SnQpbJbDmXqg8bRixnfKvhMZ6DY7uIt3EVenpE/w171-h200/peixe-em-copo_55883-5875.jpg" width="171" /></a></div><br />CINEOSTRAS<o:p></o:p><p></p>
<p class="MsoNormal">“Tive uma ideia pra um filme. Uma ficção. Tipo um peixe, com
superpoderes, que reina na Terra e de vez em quando luta contra o mal nas
profundezas do oceano.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Tipo um Aquaman, só que ao contrário?”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Exatamente isso, mas diferente.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Bom, a gente tem um camarão no poder... Cabeça cheia de
merda...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Pode crer, o Rei do Gado. Mas, não, o peixe é um peixe
mesmo, de verdade.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“E só pra saber, como ele andaria na Terra?”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Com movimentos de alonga-encurta, igual uma minhoca.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“E acredito que ele seja híbrido, além das guelras, tenha nariz.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Isso, respira dentro e fora d’água.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“E em quem você
pensou pra protagonista?”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Pensei num atum, ou num abadejo deste tamanho.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Vai ser sucesso, hein?...”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">“Nos seis continentes e sete mares!”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Brindam doses de 51.<o:p></o:p></p>Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-38440397024828324952020-07-13T17:56:00.001-03:002020-07-13T17:56:31.752-03:00RESSACA NUNCA MAIS<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8MJmxK2iUr6S7sPDrg8yvR-Dh8RF8c3N8t7_B9KRJz5Y3nMwynJKp6EmBTWandyyF9nLF8ek65ptLGTMcGYIPrNVJlDl03H53xDgsgyplClYyoLrJCuQYvIWr8Brdq_3ry8j9y8Xt9MI/s1600/ressaca+NMK.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="610" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8MJmxK2iUr6S7sPDrg8yvR-Dh8RF8c3N8t7_B9KRJz5Y3nMwynJKp6EmBTWandyyF9nLF8ek65ptLGTMcGYIPrNVJlDl03H53xDgsgyplClYyoLrJCuQYvIWr8Brdq_3ry8j9y8Xt9MI/s640/ressaca+NMK.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
Boteco em videoconferência.<br />
Dois amigos que se viam todos os dias no boteco conversam por videochamada de WhatsApp, cada um no seu quintal.<br />
<br />
“E aí, Pardal, tá tomando o quê?”<br />
“Cerveja quente. É o que nos resta neste fim do mundo. E você?”<br />
“Maria Mole. Mais Maria do que Mole.”<br />
“Boa! Se tivesse um Dreher, te acompanhava.”<br />
“E aí, como estão as coisas? Tá vivo ainda?”<br />
“Por enquanto, vivo. Todo dia quando acordo, ainda na cama, dou uma avaliada no meu estado geral e chego à conclusão que a peste me pegou. Dor no corpo, cansaço, boca seca, confusão mental... Me conformo que estou com os dias contados e preparo um café. Na segunda xícara, percebo que é só ressaca.”<br />
“Que alívio!... Você sabe que não tenho mais ressaca? Descobri o truque perfeito.”<br />
“Qual?”<br />
“Soro caseiro!”<br />
“Aquele: água, sal e açúcar?”<br />
“Isso! Um litro de água, um punhadão de açúcar e uma pitadinha de sal. Tomo um copão antes de dormir e, no dia seguinte, estou zerado.”<br />
“Onde você aprendeu esse truque? Ana Maria Braga?”<br />
“Não, eu que inventei. Segui a lógica: ressaca é igual a desidratação, e soro caseiro hidrata. Não é perfeito?”<br />
“Sei não, se fosse fácil assim...”<br />
“Tenta, depois me fala. Melhor que Engov.”<br />
“Sei... Mas, antes, vou tomar mais umas Bavárias.”<br />
“Misericórdia!”Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-14422170366830701212020-07-09T17:41:00.003-03:002020-07-09T17:41:48.468-03:00O BIS DA DISCÓRDIA<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlbt4MKygvO5Rl3koFxa78WucHeHSN6AMfQ5NNQIdvUrD_6WSpjww-BrOTVvlauI_vr_EruqghLvCiMwFrUawJTxVbddJm3SnYqgUpDHGT9aBsohrTYF2iDpNDmqAin7DPvvGOLyJcxA/s1600/capa+cronica-BIS.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="610" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZlbt4MKygvO5Rl3koFxa78WucHeHSN6AMfQ5NNQIdvUrD_6WSpjww-BrOTVvlauI_vr_EruqghLvCiMwFrUawJTxVbddJm3SnYqgUpDHGT9aBsohrTYF2iDpNDmqAin7DPvvGOLyJcxA/s320/capa+cronica-BIS.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Certeza que quem
inventou o chocolate Bis era um cara ruim, uma alma sebosa que trabalhava na
vibe da maldade. “Quem come um pede Bis” diz a propaganda. Que gênio do mal
cria uma comida que é “impossível comer um só” (ok, esse é o slogan da batata,
eu sei)?<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Uma vez vivi uma
experiência antropológica por causa desse chocolatinho do mal. Trabalhava num
escritório onde tinha um senhorzinho, seu Aurélio (era tipo um faz-tudo), com mania
de fazer gentileza do jeito errado. Funcionário exemplar, era o primeiro a
chegar para voluntariamente preparar o café e, como bônus de bondade, deixava
um (apenas um!) Bis em cada mesa. Imagino que o senhorzinho comprava o
chocolate de fardão, pois éramos em mais ou menos 10. Se tem 20 numa caixa, o
mimo custava 10 caixas por mês (se não me falha a matemática).<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Sei que quem
comia aquele Bis solitário não trabalhava o resto do dia. Ficava naquela
fissura do próximo e não conseguia se concentrar em nada. Eu, como tenho
ascendente em virgem e sou organizado pá dedéu, tinha uma estratégia: guardava
tudo e comia os cinco na sexta-feira. Fazia isso por ordem de chegada pra
começar a comer do mais murcho para o mais crocante. <br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
A coisa ficou feia
quando um gaiato chegou mais cedo e resolveu dar uma de Cachinhos Dourados.
Aproveitou que ninguém estava presente e rapou as mesas. Na minha cabeça, o
meliante foi saltitando, de mesa em mesa, abocanhando as barrinhas de uma vez
só, com a boca toda lambrecada de chocolate. Quando chegamos, nada do mimo.
Ninguém quis ser indelicado e perguntar: “E aí, seu Aurélio, cadê aquele Bis
maroto?”, mas, no final do expediente, ele veio com a pergunta que fazia todos
os dias: “Comeu o docinho?”. Entendemos, então, que tinha um larápio entre nós.<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Bem, o caso
repercutiu a ponto de chegar à diretoria. Foi convocada uma reunião geral e, em
vez de encontrarem o culpado, baixaram um decreto que proibiu deixar guloseima
à mesa de trabalho – e ainda mais presentear alguém com qualquer coisa
potencialmente viciante. Acreditem, um dos mandachuvas chegou a pedir a cabeça
do velhinho alegando que seus hábitos bondosos estavam causando a discórdia da
equipe. Logo essa ideia se dissipou, pois lembraram que era do seu Aurélio a
nobre responsabilidade de preparar o cafezinho.<br /><br /><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Gentilezas devidamente
proibidas, a empresa seguiu dando lucro com todo mundo focado e sem distrações.
Coisas que aprendemos no mundo corporativo. <o:p></o:p></div>
<br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-29028962169400030832020-07-02T19:42:00.000-03:002020-07-02T19:42:04.333-03:00VÃO-SE OS COPOS, FICA O ÁLCOOL GEL<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggzjzJvngHtbdNGWoPzQaKcVVieLMTC-ObI5foofGq69xFMh7nwsJTKgILTgbviwFQEdonP2qYXdw2E-jf-yW4Qd2RhWJVESDknwpnbaIiy8zoOdmQI64GiUjWooseq8V2axf1u861Cmg/s1600/capa-cronica-alcool.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="610" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEggzjzJvngHtbdNGWoPzQaKcVVieLMTC-ObI5foofGq69xFMh7nwsJTKgILTgbviwFQEdonP2qYXdw2E-jf-yW4Qd2RhWJVESDknwpnbaIiy8zoOdmQI64GiUjWooseq8V2axf1u861Cmg/s320/capa-cronica-alcool.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Tá certo que é
pandemia e temos que manter as mãos limpinhas pra poder futucar o nariz em
segurança, mas o álcool poderia ser em pó, e não em gel. O gel empastela toda a
mão e tudo que a gente pega cai. Eu, que já sou meio mão de alface, agora estou
impossível. Copos já perdi uns 20 ou mais, e o que é pior: com uísque dentro –
um prejuízo incalculável.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Em casa, tenho
basicamente dois tipos de copo que representam duas fases da minha vida. A
primeira, quando tinha um dinheirinho e comprava caixas de Grant’s. Cada
garrafa vinha com um copo de brinde. Já adianto que não é o melhor copo do
mundo. Ele é triangular e se você está distraído e não encaixa a boca em um dos
três bicos, com certeza vai se babar. O segundo tipo, da fase ruim de grana,
vinha de brinde em um “aperitivo de uísque”, que passei a apreciar, chamado Old
Ville. Em questões de economia, é uma maravilha, custa dez reais e o copo
brinde é redondo. Confesso que tenho mais copos Old Ville do que Grant’s.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
A última vítima
do escorregadio álcool gel foi um copo pelo qual eu nutria um afeto especial. Um
hurricane que ganhei quando virei um membro Sam’s Club. Se não conhecem, esse é
um mercado exclusivo para assinantes. Você só pode comprar lá se for membro e
pagar uma anuidade. Explicando assim, não parece um negócio muito atrativo, já
que tem um monte de mercado por aí que oferece os mesmos serviços sem cobrar
nada a mais por isso. Eles sabem disso, e criaram uma rede de vendedores que
oferecem café da manhã às empresas, cheio de produtos exclusivos, e convencem os
funcionários a ficarem sócios exibindo o belo copo que você ganha de brinde ao
se cadastrar. Virei membro e, em um ano, nunca pisei no mercado. Por isso, o
copo tinha um valor: 50 reais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Era um bom copo,
viveu muito tempo em casa e foi bem utilizado. No dia em que foi ao chão,
estava cheinho de Bavária (não tá fácil pra ninguém) e lavou a cozinha. Como
era meio madrugada, resolvi que limparia tudo no dia seguinte e fui dormir. Ao
acordar, o apartamento estava com um formidável cheirinho de boteco. Deu uma
saudade, mas uma saudade… Agora, uma lágrima escorre no meu rosto e cai sobre o
teclado. Corta!<o:p></o:p></div>
<br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-73750048484767574492020-06-25T13:30:00.000-03:002020-06-25T13:30:06.011-03:002020, UM ANO MUITO LOUCO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHy3LKr2sQX4JOF7prjRItc-CvVNniPyCXbBI8c130gK7M7iotAA5sgUJWvjgedp3Hq_SXjVy0LBB_60u48mGo_G10oxPU3di6H9bCFkhoDSn2V-cPa2s6HTIWIlLtFthTE7GdsoiXNcE/s610/capa+cronica-2020.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="610" data-original-width="610" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHy3LKr2sQX4JOF7prjRItc-CvVNniPyCXbBI8c130gK7M7iotAA5sgUJWvjgedp3Hq_SXjVy0LBB_60u48mGo_G10oxPU3di6H9bCFkhoDSn2V-cPa2s6HTIWIlLtFthTE7GdsoiXNcE/s320/capa+cronica-2020.jpg" /></a></div><p align="center" class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Olha, seu roteiro está muito
bom. Gostei. Só que tem algumas partes confusas...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- O quê, por exemplo?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- A parte da peste eu adorei.
Você tira todo mundo da zona de conforto, ficou bem legal e tem essa Besta que
induz as pessoas a se contaminarem voluntariamente. A minha dúvida é a
seguinte: essa Besta é besta por que é um ser do capeta ou por que é uma pessoa
burra? Entende minha dúvida? A palavra tem dois significados...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Sim, ele é um misto das duas
coisas, compreende? É um satanás, mas é um jumento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Ok. E esse pessoal que segue
ele também é um misto dos dois?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não, esses são só burros
mesmo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Entendi... Bom, a parte das
milícias achei Ok... Ah, adorei os militares reformados saudosistas. São ótimos
deviam aparecer mais.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, eles fazem a linha cômica.
Fazem uma apariçãozinha pra ajudar a Besta, mas ferram mais.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Fantástico... Aqui a gente tem
uma questão: se passa em 2020, certo?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Exatamente.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Você acha que cabe uma praga
de gafanhotos nessa época?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Por que não? O inseto está
extinto, por acaso?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não, não é isso... Acho tão
bíblico, tão ficcional...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Que nada, isso mexe com a
imaginação da galera. O povo se amarra num Deus puto que manda praga.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Tá, e qual a função deles na
trama? Acabar com os pés de alface?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Isso... Mas, estou pensando em
aprofundar um pouco, de repente, os gafanhotos devoram todos os pastos e acabam
com as criações de gado. No more Churrasco! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Trágico, não?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Estou amadurecendo essa ideia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Nuvem de poeira que vem do
Saara? Pra quê?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Só pra sujar aa roupas do
varal, mesmo... As imagens vão ficar ótimas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Ok. Bom, nessas referências as
pragas do Egito, o filho da Besta não é morto, ele é investigado pela Polícia
Federal? Não entendi direito essa parte...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É, isso eu admito que está
meio confuso. Vou ver se resolvo melhor essa trama.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Esse personagem Queiroz, você
conseguiu resolver legal mas, e essa mulher dele, ela existe, não existe?...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Essa é a parte misteriosa da
trama. Talvez eu deixe ela pro segundo filme. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Segundo!?!...<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Bom, ok. Temos um terror nonsense, então?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- É. Uma espécie de horror e
comédia... Um Terrir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Taí, gostei. E o título vai
ser esse mesmo?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Não sei, estou entre “2020 um
ano muito louco” ou “2020 o pior ano das nossas vidas” <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">- Gosto mais do primeiro...<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;"><o:p> </o:p></p><br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-29504393367318117992020-05-08T16:56:00.001-03:002020-05-08T16:56:19.995-03:00LA CUCARACHA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp9Q5pE1m2993c_6fo66xjuKsQikb3yVJ0W6jZPXamz6R6cgtA8Bj9f5un0DzrzHys2YRaE8t-e4NIGsymV7-6eaUf8-WEbpbvkm3E8554mB_RWXKNz_OjYsAMrJBF8BX2rP7KulH2Ric/s1600/cucaracha2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1107" data-original-width="1600" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjp9Q5pE1m2993c_6fo66xjuKsQikb3yVJ0W6jZPXamz6R6cgtA8Bj9f5un0DzrzHys2YRaE8t-e4NIGsymV7-6eaUf8-WEbpbvkm3E8554mB_RWXKNz_OjYsAMrJBF8BX2rP7KulH2Ric/s320/cucaracha2.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Barata, em
casa, morre de causas naturais. Sou incapaz de matar o bicho, não por dó, mas
por incompetência. Elas são muito espertas. Naquele segundo de dúvida entre
pegar o chinelo ou o inseticida, ela já arquitetou um plano de fuga perfeito.
Mestre dos Magos! <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Há muito
tempo nem tento matar (talvez seja bom pro karma budista), quando dou de cara
com uma, ficamos ali por alguns segundos, constrangidos, um olhando pro outro
naquelas de “quem foge primeiro?” até que tomo a iniciativa e dou as costas fingindo
que sou cegueta e ela segue seu rumo pensando: “Ufa, nem me viu”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
O grande
problema de conviver pacificamente com as baratas é que elas são muito
transonas e não têm o menor controle de natalidade. Chegou uma hora que a
população de cucarachas cresceu descontroladamente aqui no apê e começou a
rolar festinhas todo dia.<i style="mso-bidi-font-style: normal;"> </i>Rock and
roll all night and party every day.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Enquanto
ficavam ali me observando fazer comida ou passar roupa, tudo bem, mas elas já
estavam ficando abusadas. A gota d’água foi quando uma tentou morder meu dedão
do pé – e isso aconteceu mesmo! Eu estava brisando na frente da TV, com o pé
descalço no chão, quando, de repente, sinto uma coceguinha. Quando olho pra
baixo, a bicha estava lá, de trelelê com meu dedão. Tinha que tomar
providências.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Consultei o Google,
o porteiro e os oráculos de boteco e, entre recomendações que iam desde
simpatias (com mel, cravo e alho) até mudar de apartamento, escolhi a que me daria
menos trabalho. Comprei uma bisnaguinha com uma espécie de cola que você coloca
nos cantinhos. Trata-se de uma isca fatal, que mata não só a danada como toda a
sua geração (cruel, eu sei). Deu certo, elas foram sumindo, sumindo e em uma ou
duas semanas já não tinha mais nenhuma. Confesso que agora, no período de
quarentena, sinto um pouco a falta da alegria que elas traziam pra casa (solidão,
né, minha filha?). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Reza a lenda
que as baratas herdarão a Terra no caso de uma guerra nuclear, o que me faz
pensar: por que não fazem uma atualização da bomba acrescentando uma chuveirada
de Baygon? Aí, já limpava o terreno de vez. Fica a dica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-28419630578554527602020-04-29T17:17:00.001-03:002020-04-29T19:01:20.714-03:00SAL A GOSTO<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF1tOIEjnkntTlSFI3jG9D7qS2eJLV9iLpppyyhi3euactW4HXYfCxBxp9H-R9wS4NuQ9vLsxhi8rZZYGUe6S3iAsF4siYmqrBhxTxnfv9vT-ot6F_t-5r7J3d86cYnokn_QvT4-TJ3CU/s1600/salagosto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1107" data-original-width="1600" height="221" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjF1tOIEjnkntTlSFI3jG9D7qS2eJLV9iLpppyyhi3euactW4HXYfCxBxp9H-R9wS4NuQ9vLsxhi8rZZYGUe6S3iAsF4siYmqrBhxTxnfv9vT-ot6F_t-5r7J3d86cYnokn_QvT4-TJ3CU/s320/salagosto.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<div align="center" class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Disse um
filósofo de botequim: “Pra se considerar uma amizade, você tem que comer um
quilo de sal com a outra pessoa”. Pois veja você, em uma semana de quarentena,
tendo que cozinhar pra mim mesmo, já sou meu <i style="mso-bidi-font-style: normal;">best friend forever</i>. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Cozinhar é a
arte de dosar os temperos, matéria que não domino e nem conseguirei porque, por
mais que eu siga a receita, o sal vai ser sempre “a gosto” e, pelo visto, gosto
de comida salgada – bem salgada! Não é por falta de esforço. Assisto a tudo que
é programa de culinária, de MasterChef a Ana Maria Braga, e anoto mentalmente
todas as dicas, só que, na parte de salgar a comida, ninguém se arrisca muito a
explicar. O sal a gosto é como se o chef deixasse uma margem para o erro, tipo:
“A receita que você passou não deu certo.”, e ele: “Você deve ter errado na
parte do a gosto”. O que eles dizem é que tem que experimentar tudo antes e ir
corrigindo. Isso eu faço! Experimento e está sem sal, coloco uma mãozada e fica
ótimo. Quando o prato está pronto, vira um desafio pra paladar de boi. Salgado
tipo águas do mar morto. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Uma coisa
interessante na arte culinária é o fato de as dosagens serem medidas por
utensílios domésticos: colher de sopa, chá, café; xícara (ou xicra em
palmirinês); copo americano... Esse é um problema muito sério. Não tenho
colheres de todos os tipos e tenho xícaras de todos os tamanhos – qual é a
universal? O copo americano, esquece, só tenho um e, quando estou cozinhando
(tentando), ele está sempre cheio de pinga com limão, ou maria-mole, ou o que
tiver de etílico à disposição. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
Espero que
até o fim da quarentena eu consiga, pelo menos uma vez, fazer alguma coisa que
dê pra comer depois. Por enquanto, fico na dieta de líquidos. Tenho feito um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">perfect</i> rabo de galo de beber rezando.<o:p></o:p></div>
<br /></div>
Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-47999294171690203212018-05-10T11:52:00.000-03:002018-05-10T11:54:28.417-03:00Os cinquenta e sete são os novos dezessete<br />
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p> </o:p>- Estou a fim
de começar a cumprimentar as pessoas fazendo um Hang Loose, tipo assim “Fala
aí!” e balançar a mão assim... O que você acha?</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Sério isso?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Sério. O
que você acha?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Eu não sei,
eu realmente... bom, você sabe que já passou dos cinquenta e...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Não, mas
esse negócio de idade não tem nada a ver. Passei dos cinquenta mas não muito.
Tô com cinquenta e sete.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Eu sei, eu
sei... eu só fico admirado que uma pessoa dessa idade se preocupe com esse tipo
de coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Você acha
que eu tenho que me preocupar com o quê? Com a paz mundial?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Não, não é
isso. É que...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Ah, você
acha que, porque eu estou velho, eu tenho que me preocupar com asilo,
aposentadoria, comprar um jazigo... Essas coisas?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Tá bom,
vai. Como que seria esse cumprimento?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Assim ó (faz
o Hang loose) “Wow hu”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Acho que ‘Uhu’
é melhor, sem ‘woooow’... ‘Uhu’ mais seco.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Uhu!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Isso...
Mas, não sei, cara, tá meio surfista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Ai sim! Cheguei
no que eu queria. Estou pensando em pegar umas ondas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Em São
Paulo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Não, eu
tenho aquela casa no Boqueirão. Vou descer de fim de semana e pegar umas ondas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Tá tudo bem
com você cara? Tá com crise da meia idade? o que que tá rolando?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Que meia
idade, nada. Os cinquenta e sete são os novos dezessete. Você que tá por fora
com esse negócio de idade adequada. Hoje em dia não tem mais essa. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Não sei, eu
estou achando isso tudo meio...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Relaxa.
Vamos tomar um uísque com energético?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Uisque com
energético? Depois você vai querer cair na balada?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
- Uhu!!!
Vamos nessa!<o:p></o:p></div>
<br />Valdir Medorihttp://www.blogger.com/profile/02677390038000391045noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-11430496118603100142018-05-09T13:01:00.003-03:002018-05-09T13:01:19.055-03:00A arte de dissecar o tomate <br />
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
01.</div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Shipa, o guru de Oregon estava
na cidade e ia dar uma palestra em um centro esotérico na Bela Vista. Tinha um
cara no meu trabalho que era fã. Comprou ingresso um mês antes e falava
diariamente que não via a hora de se encontrar com seu mestre. Acontece que
Deus, esse maroto, mandou uma crise de vesícula pro coitado bem no dia do
evento. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Incapacitado de ir, o
moribundo me deu o ingresso.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Shipa era careca, tinha barba
comprida, bronzeamento artificial e bata laranja. Era um guru clássico. Começou
a palestra cheio de questionamentos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Onde está a vitamina da fruta?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Na casca!” respondeu um
tentando ser menos óbvio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“No fruto?” disse outro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Também não!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Na semente?” “No Cabo?”
“naquela partinha que fica entre a fruta e a semente?...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não! Vocês estão todos
errados!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E então ele responde
pausadamente:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“A vitamina da fruta está na
sua cabeça!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Todos disseram: óóóó... Ele
continuou<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E onde está a vitamina do
alface?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ninguém ousou responder ele
prosseguiu desafiador:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Nas folhas? No Talo? Na áurea
energética do vegetal? Não!!! Onde está a vitamina do alface?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Como todo mundo que estava lá
aprende rápido, responderam de pronto:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Na nossa cabeça!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E ele:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Yes! A vitamina está na nossa
cabeça.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A palestra seguiu variando sobre
o tema. Mas sempre com a mesma filosofia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Na saída parei no balcão de um
café ao lado de uma garota que também estava na palestra. Brinquei:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Onde está a cafeína do
café?... Na sua cabeça!!!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Achei que ela ia rir, mas ela se
virou pensativa com a nítida expressão de quem levava tudo aquilo muito a
sério:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ Genial esse guru, não?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mudei minha postura afinal, sou
volúvel.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Genial! Essa entronização da
vitamina... só um cara muito elevado pra chegar nessa conclusão!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Você leu ‘onde está o glúten
do seu pão?’”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não, não li, mas acredito que
o glúten esteja na minha cabeça.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Exatamente. Na sua e na minha
cabeça... Você precisa ler, é um livro muito revelador...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Imagino... Como você chama?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Mayara”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Continuei o papo sobre o nada
com Mayara e trocamos celulares para mais encontros esotéricos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
02.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
No dia seguinte fui visitar
meu amigo no Hospital. A enfermeira alertou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ele está um pouco sonolento
por causa da cirurgia, mas você pode entrar...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Cirurgia?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ah, sim, tivemos que retirar
a vesícula... Nada grave.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Entrei anunciando:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sabe onde está sua vesícula
agora?... Na sua cabeça!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ele riu e em volta do riso
estava sua cara de doente:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Já vi que o Mestre Shipa ganhou
mais um discípulo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Que nada, rapaz... Puta
picareta!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não fale assim... É preciso
ter a mente aberta pra entender o que ele fala.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Aberta e espaçosa porque tudo
está dentro da nossa cabeça.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Tá vendo, você assimilou o
principio do mestre, só precisa aceitar isso dentro de você.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ah, vai xaxar!’<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ele riu.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E aí, gordo, você deve ter
emagrecido uns dois quilos agora que tiraram sua vesícula...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ Não fala assim... Tô meio
deprê com esse negócio, tiraram uma parte de mim sem me consultar.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pra que serve a vesícula?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sei lá, mas se está ali,
alguma função deve ter.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Se tivesse função os médicos
não tiravam. Os caras sabem o que fazem.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E o que será de mim sem
vesícula?..”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E o que será da sua vesícula
sem você?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pobrezinha... Ela dependia de
mim!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Mais do que você dela...
Acredito...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E então o gordo entrou numa depressão
maior ainda. Como fui eu quem piorou as coisas resolvi ir embora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
03.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara me chamou pra uma
meditação dentro de um ônibus. O piloto era um mestre yogue que dizia ter 158
anos. Fiquei meio apreensivo com a questão da carteira de habilitação e tudo
mais... Na verdade fiquei pensando se o DETRAN estipulava uma idade limite pra
dirigir. Não pesquisei, mas acredito que não. Uma vez habilitado, não importa se
você tem mais de 150 anos, desde que esteja enxergando bem e que sua pressão bata
em 12x8.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Nos encontramos às 18h num
ponto da 23 de maio. O ônibus estava lá e o guru motorista aparentava ter muito
mais que 158 anos. Fiquei um pouco preocupado... Abriu a porta: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“A meditação é cem reais.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ah, tem que pagar?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Manter um ônibus desse porte
custa dinheiro, meu caro.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Convenhamos, o busão não era
lá desse porte todo. Parecia um ônibus da CMTC, sem bancos e com uns
colchonetes encardidos pregado no chão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Pagamos e nos sentamos em
posição de lótus em um dos colchonetes. Tinha mais alguns malucos em outros
colchonetes, não muitos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O Guru colocou uma fita
cassete com um som da Enya (lembrem-se que o guru tinha mais de 150 anos) e
arrancou. Aí começou a conduzir a meditação de maneira clássica:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Vamos desconectar de todo o
ambiente externo... Nesse momento vocês não estão no meio do rush da 23 de Maio...
Agora comecem a imaginar que estão numa praia, ouçam o barulho do mar...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O som da Enya até tinha um
barulhinho de mar, só que o velhinho guiava, de fato, que nem velhinho. Ia
acelerando e desacelerando o tempo todo como se tivesse pilotando uma máquina
de costura. Chacoalhava tanto que parecia que estávamos em alto mar. Ele
continuou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Agora vocês olhem para a luz
do sol e deixe ela entrar na sua cabeça, nos seus olhos, nariz...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Breve pausa e um grito.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Vai, filha da puta, se quer
entrar entra logo, não fica embaçando... fura fila do caralho!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O trânsito da 23 era demais
até para um mestre yogue de 158 anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Seguimos em duas horas de
meditação. Intercalando praias, barulho de mar, buzinas, chacoalhadas e
reclamações. Conseguimos andar da Liberdade ao Centro Cultural. Quando descemos
Mayara perguntou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E aí, o que está sentindo?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ah, me sinto um pouco calmo,
um pouco estressado e um pouco idiota por pagar 100 pilas pra andar 500m.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Incrível como esse guru mexe
com a cabeça da gente...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Inacreditável”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
04.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O gordo teve alta e voltou a
trabalhar. As meninas da recepção encheram a mesa dele de bexigas e escreveram
numa cartolina “Bem-vindo de volta, gordo!” Foi legal da parte delas. Aquelas
decoração toda dava um ar de festa do Mac Donalds na repartição.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O gordo chegou e o pessoal
começou a cantar parabéns, jogar serpentina, confete... Entre nós, ele nem era
tão querido no escritório. Não que fosse mau caráter, mas era o tipo que não
cheirava nem fedia. De qualquer forma, foi assim que o recebemos no seu retorno
a labuta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A baia dele ficava do lado da
minha. Ele sentou e percebi que tinha um pote de Helmmans desses de 500ml.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O que é isso, gordo?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Minha Vesícula.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Você tá de sacanagem!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sério... Não vou abandonar
uma parte de mim.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Tá, mas num pote de
maionese?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“É o que eu tinha em casa.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E tá mergulhado em que?
Etér?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não. Tiner.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Hãn?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Tiner.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Tiner, solvente tiner?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“É, é o que eu tinha em casa.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Você é um cara que sabe se
virar com o que tá em casa, hein?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“A gente tenta...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E a vesícula boiando no tiner
ficou ali, em cima da mesa, do lado do de um porta copo enfeitado com palito de
sorvete escrito “Papai, te amo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ei, gordo, você tá sabendo
que hoje vai rolar uma sessão de cinema do primeiro filme dirigido por
extraterrestres no planeta?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sério, onde?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“No Portal da Casa dos Quatro
Sois... Conhece.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Conhecer eu conheço, mas não
sabia que você se interessava pelo assunto.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não me interesso, mas tenho
uma amiga que curte... Tá a fim de ir?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Claro!”<br />
<br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
05.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
O Portal da Casa dos Quatro
Sois tinha uma coisa curiosa: cinco sois pintados no teto. Quando perguntei pra
Mayara porque tinha um sol a mais ela respondeu que o sol do meio era o nosso
sol e os outro quatro eram os quatro sois da casa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Ah, entendi.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Antes do filme começar uma
senhora que se apresentou como sendo a orientanda do terceiro sol ( que me fez
deduzir que naquela casa tinham quatro orientandos) explicou a produção do
filme. Segundo ela todo o recurso de produção, uma quantia de quase dois
milhões, foi captada através de crowdfunding, a famosa vaquinha virtual (uau,
hein!). Foi todo filmado na Juréia pelos seres de outro planeta. Segundo ela,
no final da apresentação o diretor, que estava ali se preparando, iria comentar
o filme. Ficamos excitados: “O ET, o ET!!!! O ET vai vir explicar o filme pra
nós, pobres terráqueos!!!!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E a sessão começou. Foram
aproximadamente duas horas e meia de tomadas com enquadramentos duvidosos de
praias e árvores e uma narração ao fundo, ininteligível, feita digitando texto
no Google Translate e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>apertando o botão
de ‘como se fala’.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E chegou o momento tão
esperado: O ET iria aparecer na nossa frente e explicar aquela bosta toda. Suspense,
e então aparece um sujeito com uma camisa puída, calça Jeans e um máscara de monstro.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A orientanda do terceiro sol explica: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Agora nosso irmão Hamilton
vai canalizar uma mensagem dos nossos amados seres de luz.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Todo mundo fingiu que estava
tudo bem, mas senti uma decepção no ar. O Irmão Hamilton começou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Queridos, nós os Arcturianos
queremos trazer uma mensagem de alerta a todo o povo da terra.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Estamos vivendo uma fase de transição onde a
terra será acolhida por outras civilizações e...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Bom, a partir daí parei de
prestar atenção no texto e fiquei me divertindo com aquele senhor de máscara de
carnaval levando aquilo tudo muito a sério.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Saímos de lá mudos. Até que
Gordo quebra o silêncio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Há tanta coisa que está fora
do nosso entendimento...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara concordou com a cabeça
e senti que ela ia mandar o clichezaço do Shakespeare: “Há mais mistérios...”
Cortei no ato:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“A gente podia bater uma
pizza, né?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mas Mayara era vegana
crudicista e o gordo, coitado, não tinha mais vesícula.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Resolvemos ir cada um pra sua
casa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Foi, realmente, uma noite
decepcionante.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
06.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Sexta feira de feriado. Ligo a
TV e Shipa, o guru de Oregon estava no programa da Fátima Bernardes. Ele
perguntou: <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O Willian Bonner está onde
agora? Está no Jornal Nacional? Está na sua casa? Está passeando com os
trigêmeos?..”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
A apresentadora titubeou:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“A essa hora, acho que ele
está correndo na Lagoa.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não, com certeza não está.
Onde está William Bonner?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Silêncio no estúdio. Gritei na
minha sala: “Está na sua cabeça!!!!!!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
E ele respondeu pausadamente:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Willian Bonner está na nossa
cabeça.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Quase acertei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
07. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara e eu começamos a namorar,
mas não transávamos. Tá certo, é uma informação desnecessária.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara e eu começamos a
namorar e ela me convenceu a abandonar o carro e comprar uma bicicleta. Foi a
pior coisa que fiz. São Paulo só tem ladeira e vivo dois momentos de tensão,
quando estou descendo, pego um pouco de embalo e fico com a nítida impressão de
que vou morrer e quando subo a ladeira e não existe marcha que dê jeito. Tenho
taquicardia, começo a suar na testa e brotam rodelas enormes embaixo do meu
sovaco. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Trabalho a menos de um
quilómetro de casa, o suficiente pra eu chegar no escritório parecendo um
maratonista cruzando a linha de chegada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Naquele dia eu cheguei e
pediram pra aumentar o ar condicionado. Não contentes ainda pediram pro homem
do ar pra borrifar aquele cheirinho eucalipto no filtro... O desodorante 48h
não durou nem duas, pensei.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Naquele dia percebi que a
vesícula do gordo estava perdendo a cor.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Gordo, acho que sua vesícula
está indo pro saco.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Eu sei. Já falei com um
taxidermista e ele vai fazer uma jóia com ela.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sério? Com aquela tecnologia
que fizeram um diamante com o cabelo do Pelé?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ Não tô sabendo dessa, não.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Dá um google aí: diamante de
cabelo do pelé”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não, mas não é nada disso. É
um cara que transa uns arames faz umas paradas zen... Ele também empalha
animais... Um artista, sabe.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Aí ele vai empalhar sua
vesícula e transar uns arames nela?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“É, mais ou menos isso.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Maneiro.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
08.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Tá ok, eu falei que a
informação era desnecessária, mas tem umas curiosidades então vou contar. Outro
dia eu comentei com Mayara sobre o fato de não transarmos e ela disse que não
gostaria de ter relações com uma pessoa que se alimenta de cadáveres. Demorei
alguns segundos pra entender que era porque eu comia carne e esse tempinho a
mais me deixou sem resposta. Perdi o time. Poderia ter respondido um monte de
coisas, mas disse apenas: tá bom.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mentira, eu não poderia ter
respondido um monte de coisas. Nem sei o que responderia se ela me falasse agora.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
09.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Gordo chegou todo afobado na
minha baia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Cara, você não sabe!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O que?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sabe o Irmão Hamilton?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O ET?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ET não, o orientando do
Primeiro Sol. Ele é o único que consegue canalizar mensagens dos Arcturianos”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Tudo bem. Sei. Que que tem?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Que <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>tem que ele trabalha aqui!” e apontou pra
baixo. Eu sabia muito bem o que tinha lá embaixo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Corretor de seguros!!! O ET é
um corretor de seguros?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sim, acredita? O Orientando
do primeiro sol trabalha bem aqui embaixo!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Gordo, raciocinemos... Sem
querer tirar suas ilusões. A casa dos quatro sois, pelo que eu saquei é dirigida
por quatro orientando, certo?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Certo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Os quatro arrecadaram dois
milhões pra fazer um filme que não custou nem mil reais. Pensa, cara, cada
orientando do sol enfiou no bolso quinhentão... Capaz ainda do Miltinho ter
embolsado mais porque ele é o primeiro... Me explica, se eles faturam tanto com
esse negócio de ET, pra que que o cara quer trabalhar com corretagem?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Com certeza é alguma
manifestação Karmica.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pode até ser...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
10.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Fiquei com essa história na
cabeça até que desenvolvi uma teoria. Contei pra Mayara:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Olha só: na estreia do filme
tinham quantas pessoas, umas 20, 30...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Por aí”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pois é. Você sabe como
funcionam essas vaquinhas eletrônicas? Cada um vai lá e deposita dez, vinte
paus e tem direito a ganhar um ingresso... Se eles arrecadaram dois milhões
quer dizer que mais de 100 mil pessoas ganharam entrada. Será possível que
noventa e nove mil novecentos e setenta pessoas pagaram pra rodar o filme e não
se interessaram em ver o resultado?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“hum”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O que eu quero dizer é que,
com certeza o corretor Hamilton, mais conhecido como orientando do primeiro
sol, deu algum golpe no seguro, ou sei lá, fez alguma maracutaia, e lavou o
dinheiro com esse negócio do filme.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara olhou pra mim por
alguns segundo e se limitou a responder:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Como você é mundano.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Pensei três coisas a esse
respeito: 01 – Essa menina fuma um, não é possível. 02 – Além de devorador de
cadáveres sou mundano. Agora que essa mina não vai dar pra mim de jeito nenhum.
03. Onde estão os dois milhões que foram arrecadados pro filme? Estão na minha
cabeça!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
11.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Fui na feira e vocês não
acreditam quem eu encontrei comendo um pastel não sei de quê. Ele mesmo, Shipa,
o guru de Óregon. Não resisti e fui falar com ele.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“E aí, guru, ainda por aqui?
Não voltou pra Óregon.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Olá” ele disse. Só isso. Não
respondeu minha pergunta.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Olá... Eu fui numa palestra
sua.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Sabia atitude.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Guru, eu queria compartilhar
uma coisa que meditei muito e acho que compreendi.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pode se expressar.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Na verdade, eu acho que
Óregon está só na sua cabeça. Você nasceu mesmo Foi na Vila Sônia. Tô certo?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Isso, meu bom amigo, é uma
questão de ponto de vista. Entenda, estamos em comunhão agora, estamos
envolvidos no mesmo assunto, no entanto, eu estou olhando o seu rosto, e por
detrás do seu rosto vejo uma barraca de pastéis. Você, possivelmente está vendo
o meu rosto e uma barraca de caldo de cana. Certo?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Certo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Mas se você virar o seu rosto
um pouquinho pra direita e eu for um pouquinho pra lá também, você vai ver o
meu rosto e também vai ver uma barraca de pastel. Entende? Eu e você estaremos
vendo barracas de pastel, mas não são as mesmas barracas de pastel. Que
conclusão chegamos disso?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Que a feira tem duas barracas
de pastel?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não, que eu, você e as
barracas de pastel estão na nossa cabeça.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Eu tive uma leve impressão
que sua teoria iria terminar dessa forma.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“O que indica que estas
virando um sábio. Parabéns.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Esse pastel que você está
comendo é de carne?”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Carne com queijo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ E você não liga de estar se
alimentando de cadáveres.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não penso nisso. Eu apenas
como.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Entendo.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“ Se não se importar...”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Não, tudo bem. Foi um prazer
conversar com o senhor.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Pode me chamar só de guru.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Foi um prazer conversar com o
guru.”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ele virou as coisas e saiu
puxando um carrinho com as rodas ridiculamente alinhadas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
12<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Mayara ia fazer o jantar então
levei um monte de tomates. O cardápio era tomate recheado com grãos germinados.
Tudo devidamente vegano e cru. Mayara, como já disse era vegana crudicista.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Pensei em falar sobre meu
encontro com o guru mas deixei pra lá. Encostei na porta e fiquei vendo ela
abrir os tomates. Com uma faca pequena ela deslizava rente as sementes,
retirando apenas as partes que ela realmente não ia aproveitar para o prato.
Movimentos lentos e preciso. Quando prontos, as duas partes do tomate estavam
exatamente do mesmo tamanho e com cavidades perfeitas. Uma obra de arte. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
“Você domina mesmo a arte de
dissecar um tomate!”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Ela não respondeu, estava
muito concentrada.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing" style="text-align: justify;">
Naquele dia pensei que iriamos
transar, mas não transamos.<o:p></o:p></div>
<br />Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-48753373747036020372015-02-10T10:02:00.002-02:002015-02-10T10:02:58.078-02:00A múmia de Charles Manson<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHmLm2J0mMdv1Kd2xWUQA-9RXM3VTDB7e68DMbvqnBlKkC9Y7MkqmRR6TSRpFVV4dj36Ic-dpsNq33TNfydN8M-fKpvim_B37QZ7s0_O_daXjIFeJC4WsTne40iZQwCOkGJtNnbLHvo6F5/s1600/afton-alaine-burton-e-vista-ao-lado-de-charles-manson-seu-futuro-marido.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHmLm2J0mMdv1Kd2xWUQA-9RXM3VTDB7e68DMbvqnBlKkC9Y7MkqmRR6TSRpFVV4dj36Ic-dpsNq33TNfydN8M-fKpvim_B37QZ7s0_O_daXjIFeJC4WsTne40iZQwCOkGJtNnbLHvo6F5/s1600/afton-alaine-burton-e-vista-ao-lado-de-charles-manson-seu-futuro-marido.jpeg" height="204" width="320" /></a></div>
<br />
- Saca o Charles Manson?<br />
- Saco.<br />
- Você tá ligado que ele ia casar com uma mina de 27 anos?<br />
- Não tô sabendo desse negócio, não... Mas o cara não tá preso?<br />
- Tá preso e tem 80 anos! Vai vendo... A mina diz que era fã do cara, começaram a trocar cartas e tal e resolveram casar. Só que, na hora ‘H’, o velho desistiu.<br />
- Tá tirando...<br />
- Sério. Vai vendo... O cara descobriu que a mina tinha um plano pra embalsamar o corpo dele e cobrar a visitação, assim que ele morresse.<br />
- O quê?<br />
- É isso aí. A mina ia fazer tipo uma múmia do cara e cobrar um dólar pra quem quisesse ver.<br />
- Você vê que bosta. O cara pode ser o psicopata sanguinolento que for. Depois de velho ninguém respeita mais.<br />
- O jovem não tem respeito por nada...<br />
- Por isso que eu bebo Underberg com 51 todo dia... Desse jeito, não passo dos 60.<br />
- Melhor coisa que você faz... Vou começar a tomar só Fogo Paulista, também.<br />
- Vixi, aí eu não te dou mais nem dois anos.<br />
- Fogo Paulista com gim ainda por cima.<br />
- Seis meses no máximo.<br />
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-45614151584978858902015-02-06T10:35:00.000-02:002015-02-06T10:35:02.206-02:00Isso não é um pedido de desculpas, é uma orelha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWLNlfXaT6kLY6vhPIydJd4ywh0YVEENDItzNpojIk5Se4KqJp9IeSqCNY48e4wudzd3HDrm11B3nrIWo1wH73PJYjY5SmMdTzAxtkos4BU6KQLxAP5T-tPryOiSOOAO9TsnRVd1Db2X_T/s1600/ng3371665.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgWLNlfXaT6kLY6vhPIydJd4ywh0YVEENDItzNpojIk5Se4KqJp9IeSqCNY48e4wudzd3HDrm11B3nrIWo1wH73PJYjY5SmMdTzAxtkos4BU6KQLxAP5T-tPryOiSOOAO9TsnRVd1Db2X_T/s1600/ng3371665.jpg" height="156" width="320" /></a></div>
<br />
- Fui no MASP ontem. Quadro pra caramba. Tem até um Van Gogh, na fase que ele ainda tinha orelha...<br />
- Que ele tinha a orelha na cabeça, você quer dizer. Porque, pelo que sei ele guardou a bicha dentro de um potinho de ENO. Teoricamente, ele viveu a vida inteira com a orelha.<br />
- Quem te falou isso? Pelo que eu sei ele mandou ela pro Gauguin como pedido de desculpas.<br />
- Sim, mas o cara devolveu. O Van Gogh mandou a orelha e uma carta “aceite o meu pedido de desculpas”, mas o Gauguin mandou de volta dizendo “isso não é um pedido de desculpas, é uma orelha”.<br />
- ah, vai... Onde você leu isso?<br />
- No Dicionário Ilustrado do Jânio Quadros.<br />
- Mentira.<br />
- Tá, é mentira, mas eu tenho um dicionário Ilustrado do Jânio Quadros.<br />
- Sério?<br />
- Sério.<br />
- E é verdade que no verbete “cerveja ruim” está a foto da Kaiser?<br />
- Não, a edição é antiga. Está a foto da Malt 90.<br />
- Ahahaha, Malt 90. Podes crer...<br />
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-81167839424224123292014-08-19T10:03:00.002-03:002014-08-19T10:32:55.343-03:00Os criativos do botequim - Jornal com opinião<div class="MsoNoSpacing">
- E aí, alguma ideia pra novo comercial do Jornal?</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Ainda nada... O último ficou uma merda.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Eu estou com uma ideia aqui...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
-Manda. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Negócio simples... A gente joga com os contrastes.
Tipo: o jornal é a favor do casamento gay. Aí aparece um gordão todo clichê e
você pensa que ele vai falar ‘Sou contra’ mas, não, ele fala: eu também!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Não sei, não...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Não, vai ouvindo. O comercial continua: o jornal é
contra o aborto. E aparece uma feminista funcheira: ‘eu também’... E assim vai...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Ah, saquei e no final a gente põe: ”jornal vota no PSDB
e aparece um barbudo de vermelho e diz ‘eu também’”<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Ahahaha... É bem por aí.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Cara, a ideia é boa mas, esse negócio de jornal admitir
que é parcial... Pega mal.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Pega nada, todo
mundo sabe... No final a gente coloca
alguma coisa do tipo: jornal com opinião respeitando a opinião dos outros... O
que acha?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Puta de um clichê!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Então é isso. Fechou. Amanhã já marco uma reunião com o
cliente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Duvido que passe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Se passar você me paga um Old Eight?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Te pago até um Drury’s!</div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Fechado!</div>
<div class="MsoNoSpacing">
<o:p></o:p></div>
Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-71950814518323113812014-08-13T09:48:00.002-03:002014-08-13T09:48:34.247-03:00Conto - GripeNo dia em que conheci (****), à noite tive febre. Me senti um poeta romântico, mas era só gripe.<br />
<br />
Apesar de tudo, no dia seguinte trabalhei. Na volta pra casa parei no La Barca e pedi um conhaque com mel e limão. Na metade da dose escrevi num guardanapo um poema chamado ‘6 cordas’. Me senti genial. Mais alguns goles e lembrei que o poema era do Lorca.<br />
<br />
Aí, apareceu um camarada do teatro.<br />
<br />
“Rapaz, estou com uma ideia genial pra uma peça. Sério. Vai arrebentar!”<br />
“Mesmo?”<br />
“Seguinte: saca ‘Os cantos de Maldoror’?”<br />
“Não.”<br />
“Não importa, o importante é a montagem... Seguinte: a peça rola, normal, aí, no final o ator puxa uma arma e atira em alguém da plateia. O que acha?”<br />
“De verdade?”<br />
“De verdade. O ator saca uma quadrada e ‘pow’ na testa de alguém do público.”<br />
“Não sei se vai virar...”<br />
“Lógico que vai! O que mais tem nesse mundo é gente querendo morrer... Vai bombar!”<br />
“Isso é legal?”<br />
“Antes de entrar na peça os caras vão assinar uma autorização.”<br />
“Mesmo com autorização. Acho que matar gente continua sendo ilegal.”<br />
“Claro. Aqui no Brasil, que o pessoal é cabecinha, sim. Mas, vou montar esse espetáculo nos EUA. Lá sim tem gente depressiva. Vou começar pequeno, Off Off Broadway... Em um mês já vou pra um puta teatro.”<br />
“Boa sorte.”<br />
“De repente eu faço um musical. Americano só vai ao teatro se for musical.”<br />
“ É verdade.”<br />
<br />
***<br />
<br />
No dia seguinte encontrei (****) por acaso, na padaria, tomando café com leite.<br />
“Oi.”<br />
“Oi, que surpresa!”<br />
“Eu moro aqui atrás.”<br />
“Ah.”<br />
“...”<br />
“ Vai tomar café?”<br />
“Não, só vou comprar uma bala.”<br />
“Então, a gente se vê.”<br />
“A gente se vê.”<br />
<br />
Naquele dia tomei café no Português.<br />
<br />
***<br />
<br />
A gripe tinha piorado um pouco, mas fui trabalhar mesmo assim. A febre fazia meus olhos ficarem pequenininhos. As olheiras e tudo mais deixavam claro a minha condição de “não estou bom”.<br />
“Você foi ao médico?”<br />
“Não, é só gripe.”<br />
“Tomou algum remédio?”<br />
“Alguns...”<br />
“Vai pra casa descansar, vai...”<br />
“Tá bom.”<br />
Dormi à tarde e à noite saí pra tomar mais um conhaque com mel. Encontrei (****) no caminho. Ela era bem falante.<br />
“Sabe aquela música Thanhouser do Wagner?”<br />
“Sei.” (mentira)<br />
“Estou com ela na cabeça faz uma semana. Não sei mais o que faço. Tô ficando louca.”<br />
“Se você cantar o final da música você consegue se livrar dela.”<br />
“Será?”<br />
“Dizem.”<br />
Então ela cantou o final imitando um maestro. Deu uma gargalhada.<br />
“Funcionou?”<br />
“Funcionou, mas agora estou com o 2º ato...”<br />
<br />
Demos risada, mas a minha foi meio forçada. Não sei rir.<br />
<br />
E ela foi embora.<br />
<br />
Já no La Barca, encontrei um amigo que era alcóolatra redimido. Não gostava de conversar com ele porque sempre ficava lembrando histórias antigas.<br />
“Cara, lembra aquela vez em Visconde de Mauá que você tomou um acido e escreveu um poema na parede da sala do Profeta e depois, no dia seguinte, todo mundo ficou tentando decifrar o que você tinha escrito?”<br />
“O Profeta não morava em Monteiro Lobato?”<br />
“Podes crer. Monteiro Lobato... Lembra desse dia?”<br />
“Não.”<br />
“Também, você tava muito chapado. Acho que seu poema está na parede do cara até hoje.”<br />
“Acho que o poema não era meu, devia ser do Lorca ou da Florbela... Eu tenho mania de me apropriar do poema alheio.”<br />
“Ah, esse não era não. Não tinha nada a ver com nada.”<br />
“Não me lembro desse dia, mesmo.”<br />
“Cara, você tá com mó cara de acabado.”<br />
“É gripe.”<br />
“Então para de beber.”<br />
“É conhaque com mel e limão... Faz bem.”<br />
“Tem que se cuidar, cara, você já tá velho.”<br />
“Estamos todos velhos.”<br />
<br />
***<br />
<br />
À noite sonhei que conversava horas com (****). Acordei no meio do papo. Dei dois espirros e constatei: ainda estou doente. Resolvi ir ao médico.<br />
<br />
“É gripe.” ele disse.<br />
<br />
***<br />
<br />
Encontrei (****) no quilo.<br />
“Tá melhor?”<br />
“Fui ao médico. É gripe.”<br />
“Ah, já, já você está bom...”<br />
-“Você é vegetariana?”<br />
“Quase. Sou vegetariana que come carne de vez em quando.”<br />
“...”<br />
“Você come carne?”<br />
“Ahn?”<br />
“Carne, você come carne?”<br />
“Ah, sim. Como.”<br />
<br />
E passamos o resto do almoço em silêncio. Durante aquele tempo pensei que se eu fosse ver a peça do meu camarada na Off Off Broadway, sentaria na primeira fila e no final ia implorar: “atira em mim, atira em mim!!!”<br />
<br />
***<br />
<br />
Encontrei meu pai por acaso tomando um rabo de galo. Pedi um pra mim.<br />
<br />
“Não sei o que acontece, pai. Sempre que estou com (****) não consigo falar nada. Fico quieto, quase catatônico.”<br />
“Entendo.”<br />
“Logo eu que sou tão comunicativo...”<br />
“Não é, não. Você pensa que é falastrão, mas na verdade você é praticamente um monge do silêncio... Desde criança.”<br />
“Sério?”<br />
“Sério. Você pensa que fala, mas não fala.”<br />
“...”<br />
“Mas, isso não tem o menor problema. Não falar é uma opção.“<br />
“Acho meio constrangedor.”<br />
“Nada... Lembra quando você namorava aquela atriz shakespeariana...”<br />
“Ela não era shakespeariana.”<br />
“Ufa! Achei que só eu achava que ela não era... De qualquer forma, você e aquela atriz nunca conversavam. Ficavam quietos o tempo todo e ficaram juntos por longos...”<br />
“Dois meses.”<br />
“Só?”<br />
“Um pouco menos de dois.”<br />
“Parecia uma eternidade, vocês dois ali, quietos no sofá... Mas tudo bem, se você acha que é importante falar vou te dar um conselho: fale qualquer bobagem, sem parar, uma bobagem atrás da outra.”<br />
“Quê?”<br />
“É, não se preocupe com a qualidade do assunto, vai falando. As pessoas não prestam atenção no que as outras falam. Se você ficar falando um monte de bobagens, e entre uma frase e outra der uma risadinha, essa garota vai te achar um cara super divertido.”<br />
“Será?...”<br />
“Mas o silêncio também é uma opção.”<br />
<br />
Terminamos de tomar nossas bebidas, quietos. O silêncio também era uma opção.<br />
<div>
<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-89455974881986493322014-05-07T10:18:00.001-03:002014-05-07T10:18:33.139-03:00VIGIAI, MY FRIEND, VIGIAI!Conheci Miriá logo depois que começaram os linchamentos. Na ocasião eu estava fugindo de um, descendo a Augusta feito um destrambelhado. Se não me engano, na esquina com a Peixoto Gomide um fusca azul escuro parou na minha frente e a porta abriu.<br />
<br />
"Entra."<br />
<br />
A motorista era magrinha, bem magrinha. Arrancou o carro e ainda pude ouvir os xingamentos e a revolta do povo pelo retrovisor. Estava salvo, mas aí pensei que aquela mulher poderia estar me levando pra um linchamento ainda maior. Resolvi perguntar:<br />
<br />
"Você está me levando pra um linchamento ainda maior?"<br />
"Não"<br />
<br />
Silêncio enquanto recuperava o fôlego. Até que veio a questão inevitável:<br />
<br />
"Você fez alguma coisa?"<br />
<br />
Sim tinha feito. Cometi três delitos em um. Estava tomando um stanheguer no balcão de um bar perto da Paulista e, distraído, fiquei olhando o decote de uma garota bem na minha frente. Cometi aí, inconscientemente, o crime de lasciva. Então, um sujeito raivoso me cutucou pelo ombro - perdeu alguma coisa? - foi então que cometi o segundo erro, o do preconceito: "Pfff, é meio gordinha..."<br />
<br />
Gritaram "Pega!". Saí correndo e o linchamento estava armado.<br />
<br />
O terceiro delito (e mais grave) cometi antes do primeiro, que foi estar distraído. Lembrei de um pôster que vi uma vez num bar em São Luís que tinha uma imagem de Cristo e a citação "Vigiai, my friend, vigiai".<br />
<br />
Quando a magrinha perguntou achei melhor não contar a história toda. Respondi apenas:<br />
<br />
"O povo anda muito raivoso."<br />
<br />
Ela deu de ombros.<br />
<br />
"Por que me salvou?"<br />
"Não gosto de violência."<br />
"Obrigado... "<br />
<br />
Passamos pela praça da República e vimos dois linchamentos, no primeiro, cerca de umas cem pessoas massacravam uma mulher de mais ou menos 50 anos. O segundo era mais modesto, uns vinte linchadores atacavam um rapaz franzino. O curioso deste último é que o rapaz estava quase morrendo, mas continuava de óculos. Penso que talvez ele tivesse algum elástico que o prendesse firme em volta da cabeça e aí me ocorreu que ele poderia estar apanhando justamente por usar esse tipo de assessório. Vigiai, my friend, vigiai.<br />
<br />
"Você não tem medo de sair na rua com essa onda de linchamentos?"<br />
"Esse fusquinha vai de 0 a 100 em 4,8 segundos. Quando os linchadores pensarem em me pegar, eu já estou em Campinas."<br />
"Você é de Campinas?"<br />
"Não."<br />
"Quer beber alguma coisa?"<br />
" Eu não desço do meu carro."<br />
"A gente pode parar num posto rapidinho e pegar alguma coisa, o que acha? "<br />
<br />
Ela pensou por alguns segundos e "Tá bom!". No primeiro posto que paramos, outro linchamento. Atacavam o que, pelo uniforme, parecia ser um mecânico. Esse grupo de justiceiros se diferenciavam dos outros porque tinham cachorros. Cada um com o seu, mas os cães não agrediam, ficavam ali, um cheirando a bunda do outro, enquanto seus donos sentavam o braço no pobre homem.<br />
<br />
Melhor seguir adiante. A alguns metros vimos um carro parado e diante dele um vira-lata atropelado. Eis o motivo do último linchamento. Vigiai, my friend, vigiai.<br />
<br />
Conseguimos bebidas em um bar perto dali. Tive que saltar do fusca em movimento (20km/h), correr até o bar, comprar as bebidas e sair correndo atrás do fusca pra entrar de novo. Essa travessia despertou alguns linchadores que estavam na rua e ao me ver correndo acharam que eu tinha culpa no cartório. Apertei o passo e entrei no carro pela janela.<br />
<br />
"Qual o seu nome?"<br />
"Miriá."<br />
"Bacana. É Grego?"<br />
"Hebraico, eu acho... E o seu?"<br />
"Valdir."<br />
"É russo?"<br />
"Russo."<br />
"Legal."<br />
"Sabe, um dia, há uns 3 anos mais ou menos, eu estava em São Luís e vi num bar um pôster com a imagem de Jesus e a citação 'Vigiai, my friend, vigiai'" Não sei porquê, isso não me sai da cabeça.”<br />
"A imagem era de Jesus, mesmo? Não era, sei lá, Bob Marley ou Frank Zappa?"<br />
"Não, era Jesus mesmo. Aquela imagem clássica do Zefirelli. O cristo loiro, olhos azuis barba bem penteada..."<br />
"Aquele da L.B.V.?"<br />
"Esse mesmo."<br />
<br />
Passamos pela Duque de Caxias. Uns 200 ou 300 vingadores tinham invadido um albergue da prefeitura. Ao contrário dos outros esse linchamento era mais silencioso. A impressão que tive é que o pessoal que apanhava estava apanhando com certa resignação. Apanhavam calados.<br />
<br />
Eu tinha uma garrafa de Dreher. Miriá, uma de Martini Bianco. Fomos bebendo quietos, rodando, sem rumo, a cada esquina uma nova cena de violência. Veio a dúvida:<br />
<br />
"Onde vamos parar?"<br />
<br />
Que foi respondida com a mesma pergunta:<br />
<br />
"Onde nós vamos parar?"<br />
<br />
Vigiai, my friend, vigiai.<br />
<br />Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6609961948330862870.post-2585122434159302262014-04-09T11:56:00.003-03:002014-04-09T11:56:55.338-03:00Papo de boteco – o grão da mostarda<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn-tg7uEkJ9Lg2UGEo49Fnf-VuuZV0qPZ4WtHpjEwLFBf-qY4omaNhGYdjXB-tP31qinLAFJ5Z5dY2KFQagkNjN5_VPwXpFPrrJg0AMJUByCQ2E1OQ9FoXsb_DVbxtgyUipWRlPuhEswl2/s1600/DSC07041.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn-tg7uEkJ9Lg2UGEo49Fnf-VuuZV0qPZ4WtHpjEwLFBf-qY4omaNhGYdjXB-tP31qinLAFJ5Z5dY2KFQagkNjN5_VPwXpFPrrJg0AMJUByCQ2E1OQ9FoXsb_DVbxtgyUipWRlPuhEswl2/s1600/DSC07041.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><i><br /></i></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><i>Os dois tomam cerveja em um boteco de esquina. Um deles
come um misto quente no pão murcho. Num dado momento ele pega um tubo de
mostarda que está na mesa. O outro repreende?</i></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<b><i><o:p></o:p></i></b></div>
<div class="MsoNoSpacing">
<br /></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Meu, já são onze da noite. Esse negócio deve estar aí na mesa desde as seis da manhã...<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Não tem problema. Mostarda não estraga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Pior ainda! Não
confio em alimento que não estraga. Se não é bom pra bactéria, não é bom pra
mim.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Mostarda é um alimento bíblico.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Ah, vá.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Não tem a passagem? “e não passará nenhum grão de
mostarda sem que deus veja”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Você tá querendo me dizer que esse negócio passou pelo
controle de qualidade divino?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Com certeza.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- E o catchup?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Catchup é americano. Não passou pelo controle de deus
mas, passou pelo do Obama. Quase a mesma coisa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Tudo isento de bactérias?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Sem dúvidas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Desse jeito, onde nós vamos parar?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Acho que no próximo boteco que nesse os caras estão se preparando pra lavar nosso pé.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNoSpacing">
- Podes crer! (grita) Ô, chefia, fecha a nossa e põe na conta dele!</div>
<br />
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<br /></div>
Unknownnoreply@blogger.com0